released March 8, 2017

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A maioria destas gravações foi feita em Pelotas de forma caseira e descompromissada. Esta pode ser considerada uma continuação da compilação da Fita Cassete.
Em 2017, revirar os arquivos para juntar a produção musical da Vade Retrô, encontrei estas 13 faixas nunca gravadas decentemente. Sobras do primeiro disco, riffs inacabados, demos do demônio, instrumentais que entrariam em um então possível mas improvável segundo disco, primeiros registros de músicas, versões e outras enganações.
Neste pequeno conjunto de sobras do interior está parte da história desta pequena banda, deste pequeno bando. “O passado é uma roupa velha que não serve mais”, já disse Belchior. Mas está aí para quem quiser fuçar. Azar.

1 - Riff #02
Riff embrionário feito durante a profusão de ideias para o nosso primeiro disco. Acabou ficando de fora.

2 - Tapado no Miruim (Demo)
No começo dos shows, ainda em trio, costumávamos tocar um instrumental para aquecer. A música era basicamente essa, mas com uma bateria de verdade, pesada e sem letras. O som foi batizado pelo Matt de “Tapado no Miruim”. A ideia era gravar ela em algum momento, o que nunca aconteceu. Depois que o Peduzzi entrou na banda, eu e ele registramos essa demo para posteriormente trabalharmos nela. Ele fez a programação de bateria para marcar o tempo e o rascunho da letra. O refrão era provisório. Eu gravei as guitarras dislexas.

3 - Superfície Cósmica (Demo)
Na época dos ensaios na casa do Matt no Laranjal estávamos escolhendo o repertório do nosso disco. Durante algumas semanas deixamos os instrumentos todos lá. Um dia, não sei sob que circunstância específica, o Matt fez essa música e mandou. Gravou teclados, percussão e acho até que cogitamos usar como vinheta no disco. Acabou no baú. Mas retrata um pouco nossa paranoia na época. Estávamos ouvindo muito Velvet Underground. Tudo o que fosse estranho parecia uma delícia.

4 - Selva de Pedra (Demo)
Música do Ruan. Achamos ela muito simples para gravar no disco, mas ficou na minha cabeça por bastante tempo. Tinha até bolado gravar vários órgãos e teclados. Talvez até um acordeon. Gosto dele cantando ela também. Termina meio Júpiter. Violão de 11 cordas (faltava uma das mizinhas haha).

5 - Coca-cola Sem Gás (Demo)
Música em Sol. Quase entrou no disco. Gravei essa base para tentar deixar o tempo mais palatável. A versão original do Ruan era meio complicada e alguns versos não encaixavam. Ficou de fora mas brincamos bastante com ela.

6 - A Despedida (Demo)
Belíssima melodia do Ruan. Essa música - extremamente autobiográfica - marcou a primeira fase dele em Pelotas. “Sobre relacionamentos”. É muito sincera. Curti quando encontrei ela e ouvi agora em 2017. Devíamos ter gravado isso!

7 - Fim do Fundo (Vers. #01)
Primeira versão. Original, lenta, com slide, gaita de boca e leve fuzz em um dos violões. Gravação caseira com audacity e um microfone ridículo. A música seria assim até o Matt acelerar nos ensaios do Laranjal e fazermos o riff que virou a marca da música. Pela voz estranha e afetada, provavelmente estou de ressaca. Toco todos os instrumentos.

8 - Inverno Número Quatro (Porto Demo)
Esse instrumental em Ré foi composto por mim e pelo Matt. Eu na guitarra, ele na bateria. O registro foi feito no quarto da frente da casa onde ele e o Ruan moraram, no porto de Pelotas. O áudio é da mesma sessão em que eu e ele também fizemos a base da “Contratempo”.

9 - Punklê (Primeiro Registro)
Gravação caseira feita em violão de nylon. Até hoje torcemos o nariz para essa música... Mas ela teve sua função no disco. O nome veio do comentário de um amigo de Santa Vitória do Palmar que ao ouvir o instrumental disse algo como: “É meio punk, rápido, curto, mas essa batida é meio Led Zeppelin, ou ‘Lêd’, como diriam os castelhanos”. “Punk Lêd”. “Punklê”. Se pronuncia “Pãnclê”. Pela voz dessa gravação, provavelmente estou de ressaca mais uma vez.

10 - Canção Hiperbólica (Ensaio Ao Vivo, 2012)
Versão ao vivo registrada nos ensaios para shows e gravação do compacto em vinil. Já com o Rafael Peduzzi na banda para tocar o terror no baixo. Acredito que este ensaio rolou no estúdio do Hélio Mandeco, na Barroso.

11 - Nenhum Amor Perdido (Laranjal Demo)
Versão demo instrumental de uma música sem nome. A música é basicamente minha, mas o arranjo é do Matt. A inspiração veio de algumas coisas que ouvíamos do Joy Division, mas com violão no meio. Provavelmente entraria no nosso segundo disco quando finalizada. Esta gravação ocorreu na casa do Matt do Laranjal com ele no cajón, eu no violão, Ruan na guitarra e Peduzzi no baixo.

12 - Cidadela (Ao Vivo em Esteio 2013)
Versão suja registrada no município de Esteio. Ruan na guitarra, eu no slide, Peduzzi no baixo e na bateria está a grande Emília Rodrigues, que nos acompanhou também em Caçapava do Sul na noite anterior, já que o Matt não pode ir conosco.

13 - O Fim
Demo instrumental sem nome criado por mim e pelo Ruan no meu apartamento alugado na rua Uruguai. O registro tem vários erros, mas marca uma das últimas músicas que fizemos com o intuito de gravar um novo disco. Nesta gravação eu toco teclado com a bateria programada e o Ruan toca baixo. Assim que estruturamos ela, gravamos. E era o fim.

| Bônus Link |
Vídeo de "Cidadela" ao vivo em Santa Maria gravado por Daniel Rodales:
www.youtube.com/watch?v=WzSQEq9-J9c

Diego Queijo